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Paes e Crivella são os responsáveis pela crise na saúde do Rio

Por Equipe Marcelo Freixo

A crise na saúde pública na cidade do Rio está levantando um grande debate, principalmente depois do anúncio do possível fechamento de 11 clínicas da família, todas na Zona Oeste - área de tantos sacrifícios, onde transporte, educação, saneamento e moradia já são problemas graves.

O prefeito Marcelo Crivella nega, mas a informação sobre o fechamento das clínicas foi confirmada pela própria secretaria municipal de saúde ao RJTV. Além disso, segundo nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) aos meios de comunicação, 900 médicos, enfermeiros e técnicos e 1,8 mil agentes comunitários receberam aviso-prévio da prefeitura.

A dura realidade da crise desmente Crivella. A emergência do Instituto Philippe Pinel, que atende pacientes com problemas psiquiátricos, foi fechada. Ontem (1º), funcionários da clínica Padre José de Azevedo, na Gardênia Azul, protestaram contra os avisos de demissão. Hoje, moradores da Maré realizaram ato contra o fechamento do posto Américo Veloso (foto acima). Há um grave problema de segurança nos hospitais Lourenço Jorge e Salgado Filho. E faltam maqueiros no Miguel Couto. Para agravar a situação, Crivella autorizou corte de R$ 523 milhões na saúde para este ano.

Entretanto, Crivella não é o único responsável. O colapso na saúde é um dos legados da gestão de Eduardo Paes. Em 2016, ano de eleição em que seu candidato sequer chegou ao segundo turno, Paes inaugurou mais de 30 clínicas. O número passou de 68 para 113 unidades. A ampliação da rede é importante. O problema é que o orçamento não acompanhou a expansão e, no fim das contas, os novos postos não funcionam adequadamente por falta de dinheiro. As inaugurações tiveram motivações eleitoreiras. Além disso, o ex-prefeito empenhou ao fim de sua gestão R$ 4,2 bilhões, mas pagou apenas R$ 2,9 bilhões, deixando o restante para a atual gestão.

Segundo o vereador Paulo Pinheiro (PSOL), que fiscaliza cuidadosamente as políticas municipais de saúde pública e denuncia os absurdos cometidos pela prefeitura de Paes e Crivella, a queda na arrecadação piorou a situação do sistema. Entre janeiro e julho deste ano, o município arrecadou R$ 13 bilhões. No mesmo período de 2016, o valor foi de 16 bilhões. A queda foi de R$ 3 bilhões.

Crivella não deveria negar o que é evidente, mas dizer o que pretende fazer e agir. Entretanto, ele não consegue responder à crise deixada pela antiga gestão. Em vez de cortar R$ 523 milhões da saúde, o prefeito precisa apresentar um projeto para o setor. Mas este é um governo que não se entende e não tem rumo. A melhor maneira de se cuidar das pessoas é respeitando os trabalhadores e a população que depende da rede pública de saúde, principalmente nas áreas mais necessitadas do Rio.