Voltar ao site

Sobre a greve da PM no Espírito Santo

Por equipe Marcelo Freixo

Algumas pessoas aproveitaram a grave crise vivida no Espírito Santo, após a greve da PM, para nos acusar de defender o fim da polícia. Nós não defendemos o fim, mas a desmilitarização da Polícia Militar. Isso não significa que os policiais serão desarmados, proibidos de patrulhar as ruas ou impedidos prevenir crimes. Desmilitarizar a PM é transformá-la numa instituição civil - atualmente ela é vinculada ao Exército. Essa mudança, inclusive, melhoraria muito as condições de trabalho de policiais e poderia evitar crises como a que ocorre no Espírito Santo.
Sabia que sete em cada dez PMs são favoráveis à desmilitarização? Segundo a pesquisa "Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública", realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Fundação Getúlio Vargas e Secretaria Nacional de Segurança Pública, 76% dos policiais defendem o fim do modelo militarista. O levantamento ouviu 21.101 pessoas em 2014.

Com a desmilitarização, os recrutas não serão submetidos a treinamentos violentos e a maus tratos, eles terão seus direitos respeitados e serão preparados para respeitar os direitos dos cidadãos; os policiais terão liberdade para se expressar e exigir condições dignas de trabalho; os profissionais não serão mais submetidos à Justiça Militar e a punições descabidas, como prisão por atraso; abusos de autoridade, tão comuns à hierarquia militar, não serão permitidos. Com a desmilitarização ganham os PMs e a sociedade, que terá uma polícia treinada não para a guerra, mas para a proteção dos direitos e promoção da cidadania.

 

A PM mata e morre muito. Essa é a consequência mais trágica do modelo militarista. Por isso, defender a desmilitarização é lutar por uma política de segurança mais eficaz, justa e humana. Nós sempre estaremos ao lado dos policiais e de todos os servidores públicos por melhores condições de vida e de trabalho.